terça-feira, 11 de outubro de 2011

Psicoterapia para bebês: isso existe?

Artigo publicado no ClicRBS

A resposta para a pergunta acima é “sim” e vem das psicólogas Karina Recktenvald, Cíntia Schmitt Dipp e Daniela Bergesch D’Incao. Elas fazem parte do Departamento de Intervenção Precoce do Contemporâneo Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade de Porto Alegre e fizeram um artigo especialmente para o blog.
Vale a pena conferir!

Para algumas pessoas é difícil compreender que uma criança necessite de psicoterapia. Imaginem quando isto ocorre com um bebê. Afinal, cuidar de um bebê parece simples: basta amamentar a cada três horas, esperar quinze minutos para arrotar e colocar para dormir. Mas, atenção! Não faça isso no colo para não acostumá-lo mal. Quisera fosse tão fácil… Cuidar de um bebê não é apenas um trabalho instrumental, pelo menos não deveria ser. Causa tanta ansiedade que os livros de instruções, para pais de recém-nascidos, costumam ser sucesso e bater recordes de vendas.

O que observamos, na realidade do dia a dia dos pais com a chegada de um novo membro na família, especialmente quando se trata do primeiro filho, é uma rotina repleta de desafios. O recém-nascido não é o único que se depara com um mundo novo, a família toda experimenta descobertas.

Cada bebê é único: carrega consigo sua carga genética, seu temperamento e as influências do ambiente no qual está se desenvolvendo. Pai e mãe portam ansiedades pertinentes a esse novo momento. E também trazem na bagagem lembranças, conscientes e inconscientes, sobre suas infâncias, as crianças que foram e os pais que tiveram, neste momento, re-presentificado. A junção de todos estes fatores não poderia resultar em algo simples, muito pelo contrário, é uma situação bastante complexa.

Tudo o que envolve o cuidado (alimentação, higiene e etc.) deve vir acompanhado da troca afetiva para caracterizar um verdadeiro encontro _ um pilar importante para a saúde mental do sujeito em formação. A fim de facilitá-lo, desde o nascimento, o bebê já comunica suas necessidades por meio de manifestações singulares e aguarda ser atendido e/ou correspondido. Os vários tipos de choro são um exemplo dessa comunicação.

Quando as coisas não vão bem os pequenos mostram-se astutos o suficiente para indicar seu desconforto através de outros sinais. Bebês que não querem se alimentar, têm graves dificuldades de sono, ou ainda choram demasiadamente sem motivo aparente, ilustram tais casos. Nestes contextos pode-se ouvir os pais angustiados, sem saber como agir. Eis que surgem perguntas como: O que eu faço com o meu bebê? Por que isto está acontecendo? Será que não somos bons pais? Existe psicoterapia para bebês?

Sim. Existem inúmeros estudos científicos voltados às intervenções precoces nas relações pais-bebê. Hoje, é possível ajudar os pais a refletir sobre as causas dos sintomas e as demandas dos bebês para que ajustem a sintonia afetiva entre eles, o que promove o bem estar emocional da família. Na psicoterapia pais-bebê, trabalha-se em nível preventivo _ pois nada está pré-determinado, mas, sim, em construção _ com a perspectiva de ampliação do potencial de saúde.

E se você, pai ou mãe, de primeira ou de quinta viagem se sentir inseguro em relação a alguma disfunção ou comportamento que seu filho apresente, procure um profissional. O que está acontecendo com você, certamente está acontecendo com outras centenas de milhares de famílias. Procurar ajuda e tentar melhorar também é uma forma de demonstrar amor e afeto.

O e-mail das psicólogas é o ensino@contemporaneo.org.br e o site,
www.contemporaneo.org.br. Informações no (051) 3019-5340

http://wp.clicrbs.com.br/meufilho/2011/10/11/psicoterapia-para-bebes-isso-existe/?topo=52,1,1,,165,e165

Livro Lacan com Winnicott Espelhamento e Subjetivação - Dr. Roberto Graña

O décimo livro publicado por Roberto Graña, Lacan com Winnicott: espelhamento e subjetivação, é o produto intelectual amadurecido pelos anos de estudo, escrita e ensino do pensamento dos mais importantes autores psicanalíticos contemporâneos de inspiração freudiana. No entrelaçamento das obras de Lacan e Winnicott, Graña criou/encontrou as circunstâncias favoráveis para o desenvolvimento do seu próprio pensamento, e o fez circular por diferentes temas da clínica e da cultura para ilustrar a diversidade do seu campo de aplicação. É importante lembrar que Winnicott e Lacan são tidos, em diversos centros de formação em psicanálise, como autores que não podem ser comparados, aproximados ou coisa parecida. Colocá-los em diálogo é um ato de liberdade intelectual que permite à psicanálise respirar livremente, sem amarras ideológicas e sem doutrinações obtusas que intoxicam o campo reflexivo e impedem a livre interdiscursividade.

O lançamento do livro acontecerá dentro da programação da Semana da Infância e da Adolescência. Mais informações através do (051) 30195340 ou do email ensino@contemporaneo.org.br

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

(CIPT)

A Clínica do Contemporâneo Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade oferece aos seus pacientes atendimento psicoterápico (individual ou em grupo) para:

Transtornos Alimentares;
Transtornos de Humor;
Drogadição;
Atendimento a mães e bebês;
Atendimento a crianças;
Atendimento a adolescentes;
Atendimento de casais;
Fonoaudiologia;
Psiquiatria*;
Nutrição;
Psicopedagogia;
Atendimento à crianças vítimas de violência;

Todos os atendimentos têm seus preços fixados conforme a renda do paciente.

*Inclusive perícia

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Programa IV Semana da Infância e da Adolescência

Sábado, 29 de outubro de 2011 - 09h30 – 11h30: Oficinas para Professores

O brincar é coisa séria!!! Coordenação: Anelise Delpino, Psicopedagoga Clínica e Institucional e Coordenadora do Departamento Psicopedagógico do CIPT

A saúde vocal do professor. Coordenação: Carla Guterrez Graña, Fonoaudióloga, Mestre em distúrbios da comunicação (UTP), Especialização em psicanálise de crianças (APOA) e Coordenadora do Departamento Fonoaudiologia do CIPT
Auxiliares de coordenação: Fonoaudióloga Cássia Cavalheiro dos Anjos

Transtorno Alimentar e Obesidade na Escola e na Família: abordagens possíveis. Coordenação: Psic. MS. Maria Isabel Perez Mattos - Psicanalista, Mestre em psicologia do desenvolvimento, Coordenadora do Departamento e serviço de atendimento a Transtornos Alimentares e Obesidade do CIPT
Auxiliares de coordenação:
Pisc. Tatiana Spreng da Rocha - Especialista em psicoterapia e configurações vinculares, membro do ambulatório e do Depto de transtorno alimentar e obesidade do CIPT
Pisc. Carina Recktenvald - Especialista em psicoterapia da infância e adolescência, membro do corpo clínico do CIPT
Colaboradores - Membros da equipe de atendimento a Transtornos Alimentares e Obesidade do CIPT: Dr. Luciano Billodre Luiz - Médico psiquiatra e MS. Bruna Binotto Brognolli – Nutricionista

Que crianças e adolescentes nos procuram, afinal?
Coordenação Pesquisa: Psic. Marina Gastaud - Psicóloga (UCPel), Especialista em Teoria Psicanalítica e as Psicoterapias da Infância e Adolescência (CIPT), Mestre em Psicologia Clinica (PUCRS)e Doutoranda em Ciências Medicas: Psiquiatria (UFRGS)


Bebendo, fico feliz?

Coordenação: Michelle Volkmann, Psicóloga (PUCRS),Especialista em Teoria Psicanalítica e as Psicoterapias da Infância e Adolescência (CIPT)


11h30 – 12h30: Atividade Clínica pós-oficinas – Ser professor hoje?

Programa IV Semana da Infância e da Adolescência (Novo)

“Onde vivem as Crianças e os Adolescentes?”



Com o Psicanalista Rodolfo Urribarri



Sexta Feira, 21 de outubro de 2011



Auditório do Colégio Marista Rosário



15h00min – 17h00min: Debate sobre a atualidade no tratamento de crianças e adolescentes.
Psicóloga Karla Ferraro
Psicanalista Angela Piva
Fonoaudióloga Carla Graña
Psicopedagoga Anelise Delpino
Psiquiatra Márcia Coutinho
Coordenador: Psicólogo Rogério Tubino



17h00min – Coffee Break



17h30min – 19h00min: Mesa Redonda: Onde vivem as crianças e os adolescentes?
Psicanalista Rodolfo Urribarri
Psicanalista e Doutor em Letras Roberto Graña
Filosofa Sandra Corazza
Coordenadora: Psicanalista Angela Piva



19h00min - Coquetel e Apresentação do livro de Roberto Graña (Lacan com Winnicott: espelhamento e subjetivação)



19h30min – Abertura oficial do evento



20h00min – 22h00min: Conferência: Estruturação psíquica e subjetivação na latência: Passagem para a adolescência.
Psicanalista Rodolfo Urribarri
Coordenador: Psiquiatra e Psicanalista César Bastos



Sábado, 22 de outubro de 2011



09h: Apresentação CIPT - Pesquisa Científica e Revista Contemporânea



09h30min – 11h15min: Conferência: Processo Adolescente e Subjetivação
Psicanalista Rodolfo Urribarri
Coordenadora: Psicanalista Maria Alice Targa

11h15 - 12h30 Discussão de Material Clínico
Coordenadora: Psicóloga Karla Ferraro

terça-feira, 19 de julho de 2011

Conto

HORAS PERDIDAS


João Vitor Haeberle Jaeger*




Ventava. Era um vento daqueles de assoviar nas curvas da praça. Mas, a despeito dessa intempérie, um velho senhor caminhava por entre as árvores e catava folhas que pesavam no chão. Na praça, não havia mais ninguém, apenas um banco a esperar por ele. Com algumas folhas de árvore e de jornal nas mãos, o velho se sentou no colo do banco amigo e passou a contemplar o tempo.
Era difícil ler com aquela ventania toda. Nem as folhas, nem as palavras paravam em suas mãos. Deixou o jornal também ser carregado. Olhou no relógio e as horas também voavam. Iam além das nuvens e, para lá, levavam o bom tempo. Levantou-se e seguiu caminhando por uma trilha. Perdia-se entre um passo e outro, uma folha e outra. Uma hora ou outra, acabava por voltar ao seu banco amigo. E lá ficava a contemplar o vento.
Algumas folhas voavam ao seu encontro, outras fugiam, outras não davam bola. Ele também desviava de algumas, catava outras ou não se preocupava. Numa tarde movimentada como aquela, não adiantava tentar escapar. Mas, mesmo assim, forçou uma fuga.
O velho senhor misturado com as folhas, catando horas perdidas, ergueu-se e foi embora. Carregava consigo um pedaço de vento, pois o que tinha já havia decolado. Na busca de outras horas que há tempos não voltavam, correu. Correu atrás do ponteiro, mas o tempo voava mais depressa. Acabou por tropeçar em uma raiz de árvore e cair com o rosto no chão. Virou folha seca e voou com suas horas perdidas.


*Escritor

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ainda temos vagas!



Introdução à leitura dos Escritos de Lacan


Curso a ser ministrado pelo Dr. Roberto Graña aberto para iniciantes oriundos de qualquer área de formação.
Período: Julho a Dezembro de 2011.
Horário: quintas-feiras das 9:20h às 10:30h.
Local: Contemporâneo – Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade
Rua Casemiro de Abreu, 651. Fones: (51) 3019-5340 e (51) 3019-5344
Serão fornecidos certificados aos participantes.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Entre

Neste espaço

Entre

A casa é sua

É minha e nossa

E de todos os nossos.

Neste laço

Entre

Convivas atuam

Compactuam

Fazem troça

Neste traço

Entre

Linhas marcam

Destinos

Desatinos

Neste embaraço

Entre

Nós se tecem

Se enredam

Sujeitos

Projetos

Neste poço

Entre

Mentes mergulham

No escuro.

Com sorte

Bebem na fonte

Emergem mais fortes.

Neste alvoroço

Entre

Mortos e feridos

Ficamos nós

A ressoar

A humanidade.


(Poema enviado por uma aluna do Curso de Vínculos Vivian Smith)

Aula inaugural Introdução à leitura dos escritos de Lacan


quarta-feira, 18 de maio de 2011




Os Encontros Internacionais sobre a obra de W.R. Bion tiveram como ponto de partida a iniciativa de reunir analistas do mundo todo que tinham escrito artigos sobre a obra do autor: O primeiro encontro chamou-se o Bion's Writers around the World, e foi realizado sob a égide de um Congresso da IPA.
O encontro foi ampliado e transformado em Bion's Readers around the world. Em seguida, por iniciativa de Parthenope Bion Talamo, auxiliada pelo grupo de Turim, esse espírito se ampliou e foi realizado o I Encontro Internacional, em 1997, comemorativo do centenário de nascimento de W.R. Bion.
O sucesso do evento desencadeou outros encontros e que prosseguiu para Buenos Aires, em 1999; Los Angeles, em 2002; São Paulo, 2004; Roma, 2008; Boston, 2009. No último encontro em Boston os brasileiros presentes propuseram que fosse aqui o próximo, sendo então definido que seria em Porto Alegre.
O Encontro será em novembro de 9 a 12 no Plaza. O tema é "Clíníca: Mito-Sentido-Paixão".
Ele se constitui de Estímulos e posterior discussão em pequenos grupos, Reflexões Temáticas em que colegas apresentam trabalhos, notas e/ou algum tópico que deseje discutir sobre o pensamento de Bion e por último uma mesa no sábado, denominada "A Babel Psicanalítica" por ser uma tentativa de harmonizar o resultado das discussões entre colegas que falam diferentes línguas".

quinta-feira, 5 de maio de 2011


Introdução à leitura dos Escritos de Lacan


Curso a ser ministrado pelo Dr. Roberto Graña aberto para iniciantes oriundos de qualquer área de formação.
Período: Julho a Dezembro de 2011.
Horário: quintas-feiras das 9:20h às 10:30h.
Local: Contemporâneo – Instituto de Psicanálise e Transdisciplinaridade
Rua Casemiro de Abreu, 651. Fones: (51) 3019-5340 e (51) 3019-5344
Serão fornecidos certificados aos participantes.

terça-feira, 3 de maio de 2011

PERFIL DA JORNADA 2011 DA SPRGS:

“O ATO COMO LINGUAGEM”


O QUE É?
Esta é a Jornada Bienal da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, cujo tema para 2011 é “O ATO COMO LINGUAGEM”. Trata-se de um tema contemporâneo e de relevância para a atuação dos psicólogos e profissionais de áreas afins.

A Jornada objetiva reunir profissionais interessados na discussão do tema e que buscam qualificar a sua prática profissional.

QUEM ORGANIZA?
A SPRGS é uma instituição com 51 anos de existência, que tem por finalidade congregar e representar psicólogos e estudantes de psicologia, da capital e do interior do Estado. Visa promover o desenvolvimento da Psicologia, bem como promover o intercâmbio entre seus sócios, instituições afins e comunidade, em atividades de sua competência. Foi fundada no dia 01 de julho de 1959, três anos antes da regulamentação da profissão de psicólogo, sendo a primeira instituição a organizar e representar a classe.

Trata-se de uma entidade civil, de utilidade pública, com personalidade jurídica e sem fins lucrativos, que se rege por Estatuto próprio, constituindo-se num espaço de aprimoramento teórico-prático, troca de experiências, produção científica e inserção na comunidade.

QUANTOS PARTICIPAM?
O público estimado para o evento é de 200 profissionais.

QUAL O PERFIL DO PÚBLICO ALVO?
Psicólogos, Estudantes de Psicologia e profissionais de áreas afins, que atuam em diferentes segmentos, na área da saúde, na educação, no campo jurídico, empresas de serviços, comunicação e indústria.

QUANDO E ONDE SE REALIZA?
Nos dias 26, 27 e 28 de maior de 2011, no Auditório da SOGIPA, Rua Barão de Cotegipe, 415, em Porto Alegre/RS

segunda-feira, 25 de abril de 2011

POR QUE PESQUISAR EM PSICOTERAPIA? RELATO DE EXPERIÊNCIA
Letícia Dornelles Lacerda
Psicóloga, Psicoterapeuta Psicanalítica da Infância Adolescência e Idade Adulta, Membro do Departamento de Pesquisa do CIPT

A partir de inquietações e curiosidades, iniciei minha trajetória no Departamento de Pesquisa do Instituto Contemporâneo em março de 2009 na tentativa de aprofundar e estudar sobre a psicanálise de uma forma que eu não havia estudado anteriormente: através da pesquisa psicanalítica. Assim, juntamente, com outros psicólogos colaboradores do grupo e estagiários iniciamos estudos que vão ao encontro de meus questionamentos e, aos poucos fomos delineando o que iríamos efetivamente estudar e pesquisar.

Se iremos encontrar as respostas que formulamos inicialmente, não sabemos, mas o que mais me interessa na pesquisa em psicanálise para a minha prática clinica é exatamente isso, o formular diversas hipóteses, estudar diversos autores e teorias e perceber que a principal variável nisso tudo, nossos nós, indivíduos com suas singularidades e sua subjetividade e, portanto sempre irão haver dúvidas, inquietações e que talvez por isso, quanto mais nos aprofundamos maior é a busca para conseguirmos responder questões que antes nos pareciam mais fáceis.

Dessa forma, o meu interesse pela pesquisa em psicanálise se deu através de minha prática clínica no ambulatório do CIPT, em consultório particular e também pelo desejo de aprofundar questões teóricas e práticas de um tratamento psicanalítico, tais como: a efetividade ou não da psicoterapia, visto que se algo é benéfico pode ser também prejudicial, questões voltadas para o vínculo analítico, os mecanismos de defesa mais utilizados por determinados tipos de paciente, o que se melhora através do tratamento e/ou da relação paciente-analista e a importância dos encaminhamentos para especificidades, além da própria transdisciplinaridade tão questionada e comentada nos dias de hoje.

Por isso, faço parte de duas pesquisas relacionadas a essas áreas de meu interesse, que são: “A efetividade na psicoterapia psicanalítica de crianças e adolescentes” e “A prática transdisciplinar na psicoterapia psicanalítica”.

Essa experiência tem sido muito rica para a minha clínica e para ampliar meus conhecimentos teóricos, na medida em que, consigo estudar a psicanálise por uma via diferente das mais utilizadas, visto que a pesquisa psicanalítica sofreu e ainda sofre muitas divergências, e em minha opinião essa é uma das maneiras de fazer a psicanálise não se restringir aos nossos consultórios.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

terça-feira, 5 de abril de 2011

Minha Experiência na Tavistock Clinic de Londres
por Andre G Bastos

A Tavistock é um centro psicanalítico que existe há 91 anos. Teve como diretores nomes da envergadura de Sigmund Freud, Carl Jung, John Bowlby, Donald Winnicott, Wilfred Bion, Michael Balint e Anne Alvarez, entre outros. No momento, seu diretor clínico é o psicanalista Peter Fonagy.

A Tavistock tem um orçamento anual de 90 milhões de reais, e vem desenvolvendo estudos sistematizados sobre a clínica psicanalítica da depressão. Foi realizado na Tavistock um encontro com pesquisadores e clínicos do mundo todo em fevereiro deste ano. Foi a esse encontro que compareci, a convite, realizando também um treinamento de duração de 10 dias, na clínica.

A Tavistock funciona de forma ambulatorial e possui cerca de 200 salas de atendimento. Em outras palavras, é uma megaclínica e um megacentro de saúde mental. Mais detalhes podem ser facilmente visualizados em seu site: www.tavistockandportman.nhs.uk

Uma das principais preocupações do grupo é o déficit que ainda existe nas evidências de eficácia e efetividade da psicoterapia psicanalítica, em seus diferentes modelos (curto-prazo, longo-prazo, alta freqüência, baixa freqüência, diferentes enfoques teóricos e técnicos, etc.). Pude ver os protocolos de atendimentos para, por exemplo, transtorno de ansiedade generalizada, e está explícita que a primeira opção de tratamento deve ser psicoterapia cognitivo-comportamental, pois esta técnica teria “sólidas evidências científicas”.

Caso o tratamento “prescrito” não seja o que está no protocolo, o Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido não cobre o tratamento. Percebi que isso gera muita indignação na comunidade psicanalítica local, e que eles optaram por buscar evidências para poder manter a psicanálise existindo na rede pública.

Outra coisa que me chamou atenção em meu estágio, além da estrutura da Tavistock, foi que não me pareceu que teoricamente estejamos atrás deles. Fiquei com a sensação contrária, pelo menos do que se refere ao Contemporâneo.

Eles ainda utilizam somente a teoria sistêmica para o tratamento de casais e família, enquanto sabemos que aqui a coisa evoluiu e avançou rumo a uma teoria vincular muito mais complexa e pós-moderna. Eles continuam falando em “seio bom e seio mau”, enquanto aqui nem nos estágios se usa muito essa nomenclatura. Os alunos da formação têm dificuldades em diferenciar “projeção” de “identificação projetiva”. Nunca ouviram falar em Gabbard, em Kohut, em Lacan! Também fiquei com a impressão que há uma hipervalorização de alguns autores (Klein, Bion), e desvalorização exagerada de outros (Winnicott

Mas isso acontece em qualquer lugar, não é mesmo? Só se trocam os nomes.

Grupo de Estudos em Transtornos Alimentares e Obesidade

quarta-feira, 23 de março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

Curso de Extensão: Textos Sociais de Freud

Coordenação: Angela Maria Marques Girardi



A partir de Totem e Tabu (1913), daremos início ao estudo das contribuições de Freud e da psicanálise à antropologia, construindo uma reflexão sobre o Complexo de Édipo na origem da civilização.
Em Psicologia de Grupo e a Análise do Ego (1921) teremos o segundo estágio da grande reformulação teórica da mente na década (já iniciado em 1920 e tendo sua formulação concluída em 1923), percorrendo-se o caminho que vai da análise do indivíduo para a compreensão da sociedade.
O Futuro de uma Ilusão (1927) vai além da retomada do tema da religião, abordando a oposição entre natureza e cultura, preocupação esta que terá continuidade em O Mal-estar na Civilização (1930) que irá aprofundar este antagonismo entre a pulsão e as exigências da cultura, ao lado do tema da agressividade.
A análise de um grupo nacional é o tema de Moisés e o Monoteísmo (1939), sendo considerada a continuação dos estudos anteriores sobre as origens da organização social.

Bibliografia:

1 - Totem e Tabu (1913)
2 - Psicologia de Grupo e a Análise do Ego (1921)
3 - O Futuro de uma Ilusão (1927)
4- O Mal-estar na Civilização (1930)
5 – Moisés e o Monoteísmo (1939)

In: FREUD, S. Obras Completas. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1974.

O curso tem previsão de início para 05/04/2011, sempre às terças-feiras, das 13h45 às 15h. Término previsto para 29/11/2011. Número mínimo de 6 ou 5 participantes.

quinta-feira, 17 de março de 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

Curso de Atualização em Desenvolvimento

Coordenadoras: Angela Piva e Maria Alice Targa

Curso para professores e pessoas ligadas à educação
O curso pretende instrumentalizar professores no sentido de diminuir a ansiedade dos encarregados da educação formal e auxiliar na construção de um processo educacional amplo.

- O processo de desenvolvimento do nascimento à idade escolar- a díade
-A idade escolar e suas vicissitudes- a socialização
- A latência, características que favorecem a aprendizagem – a fantasia
- A puberdade, fatores físicos e psicológicos – o corpo
-Pré-adolescência e sexualidade – as relações e a identidade
- Psicodinâmica da família contemporânea
- Contextos que favorecem e contextos que dificultam a criatividade- os papéis dos educadores
- Psicopatologia da infância e da adolescência

O curso acontecerá sempre aos sábados, das 09h às 11h, começando em abril e terá encontros mensais (primeiro sábado do mês).

Psicopedagogia & Psicanálise

CURSO DE EXTENSÃO – 2011 Parte I

Psicopedagogia & Psicanálise
“Relacionando Teoria e Prática”

MÓDULO I – Da psicopedagoga a psicanálise
- Freud (Eliane Nogueira);
-Melanie Klein (Angela Girardi);
-Winnicott (Karina R.);
-Ricardo Rodulfo (Carla Graña);
- Antonino Ferro (Rafael Reis);
-Jacques Lacan (Christiane Bittencourt);
-Jean Piaget (Mara Muza)
-Piera Aulagnier (Rosane Maroco);

MÓDULO II - Psicopedagogia e o Desenvolvimento Motor

-Desenvolvimento Neurológico na Infância (Lígia Ohlweiler)
-Imagem e Esquema Corporal; (Anelise Delpino).
-Aquisição do Pronome Eu; (Carla Graña).
-Desenvolvimento Psicomotor; (Anelise Delpino)
-A Linguagem Corporal (Rafael Reis);
-TDAH (Jussara Dariano).









MÓDULO III – A Família e a Aprendizagem

-Vínculo Familiar – E a família por onde anda?(Jussara Dariano);
-Família, escola, espaço terapêutico/ Visão Psicológica – Qual a relação? (Rogério Tubino);
-Família, escola, espaço terapêutico/ visão Psicopedagógica – Qual a relação? (Anelise Delpino);
-Drogadição na Contemporaneidade – Aspectos Históricos e Psicanalíticos (Rafael Reis);
-Bullying (Michele Tamagno);
-Violência Familiar (Maria da Graça Borges Fortes);
-Fracasso Escolar ou Dificuldade de Aprendizagem? (Anelise Delpino)
-A participação da Família no processo de Aprendizagem (Anelise Delpino)

PÚBLICO ALVO: Psicopedagogos, Psicólogos, Pediatras, Fonoaudiólogos, Recém formados ou em final de curso e áreas afins.CARGA HORÁRIA: Semanal- quarta-feira 2hs/aulaTotal: 36hs
HORÁRIO: das 19:30 às 21:30

PERÍODO: março à julho- Previsão de início: 23/03/2011INVESTIMENTO: Ver valores

PROFISSIONAL RESPONSÁVEL: Anelise Delpino – Psicopedagoga Clínica e Institucional - RMEC 7187/90.
Outros professores convidados podem ser incluídos.
Obs: O curso também oferece a possibilidade de ingresso no corpo clínico do departamento Psicopedagógico da instituição, mediante a supervisão local e conforme demanda de pacientes.

CURSO INTERDISCIPLINAR EM TRANSTORNOS ALIMENTARES


Coordenação Geral: Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos
Assistente Geral de Ensino: Psic. Tatiana Spreng da Rocha
Coordenação Médico-Psiquiátrica: Dr. Luciano Billodre Luiz
Coordenação Nutrição: Nutricionista Bruna Binotto Brognoli


Carga horária: (2h semana)
Quinta-feira: 20h às 22h
Duração: 19 encontros
Início: 28/04
Corpo Docente:
Psic. Ângela Piva, Psic. Fernanda F. da Costa Garcia, Psic. Luana Klein, Pisc. Mara Luiza Silva, Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos, Psic. Tatiana Spreng da Rocha, Nutricionista Bruna Beck, Nutricionista Bruna Binotto Brognoli e Psiq. Luciano Billodre Luiz.

Auxiliar de Ensino: Psic. Ana Luisa Sasso Bortolotti

Supervisão de casos clínicos: Individual ou em duplas com professores do curso(opcional)

Professores Convidados: Psiq. Cláudia Vargas, Educador Físico José Marcelo dos Santos e endocrinologista Eliana Fam.




CONTEÚDO PROGRAMÁTICO/CRONOGRAMA 2011

MÓDULO I Epidemiologia, Etiologia e Diagnóstico
28/04: Apresentação do curso - Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos

5/05: Evolução histórica do conceito e perspectivas antropológicas do fenômeno - Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos

12/05: Epidemiologia, Etiologia e Diagnóstico- Psiq Luciano Billodre Luiz

19/05: Avaliação psicológica: escalas, entrevistas clínicas e testes
Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos

26/05: Diagnóstico Psicodinâmico (apresentação de caso clínicos sobre: anorexia, bulimia e obesidade)
Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos e Pisc. Tatiana Spreng da Rocha

02/06: Avaliação Nutricional - Nutricionista Bruna Binotto Brognoli





MÓDULO II DIMENSÃO PSÍQUICA
09/06: Perspectiva da oralidade e da psicossomática e Perturbações na estruturação da imagem corporal - Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos

16/06: Independência e morte! Transtornos alimentares e psicossomáticos numa perspectiva winnicottiana –
Psic. Dr. Roberto Barbarena Graña

MÓDULO III - Abordagens de Tratamento e Prevenção
30/06: A equipe interdisciplinar - modalidades de protocolo de atendimento. Modelos de intervenção e pesquisa em psicoterapia
Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos

07/07: Manejo psiquiátrico: tratamento médico, farmacológico, internação, critérios de alta, prognóstico e prevenção.
Psiq Luciano Billodre Luiz

14/07: Terapia e Manejo Nutricional – Nutri. Bruna Binotto Brognoli

21/07: Psicoterapia psicodinâmica individual (apresentação casos clínicos)- Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos, Psic. Fernanda Costa e Psic.Luana Klein

28/07: Psicoterapia de grupo - Pisc. Mara Luiza Silva



04/08: Psicoterapia familiar (apresentação de caso clínico)-
Psic. Ângela Piva e Psic. Tatiana Spreng da Rocha

MÓDULO IV - Obesidade
11/08: Avaliação e Tratamento Nutricional-
Nutricionista Bruna Binotto Brognoli

18/08: Estrutura Psíquica Básica da Obesidade –
Psic. Ms. Maria Isabel Perez Mattos

25/08: Intervenções Terapêuticas, Clínicas e Cirúrgicas (apresentação de caso clínico)
Psiq. Cláudia Vargas e Psic. Luana Klein

01/09: Aspectos Clínicos – Endocrinologista Eliana Fam
Avaliação para cirurgia bariátrica (apresentação de caso clínico) – Pisc. Fernanda Costa

08/09: A atividade Física no tratamento da obesidade-
José Marcelo dos Santos – Educador fisico
Avaliação do curso – com a equipe do serviço de TAO

terça-feira, 15 de março de 2011




Grupo de estudos – Cinema e Psicanálise
INSTITUTO CONTEMPORÂNEO DE PSICANÁLISE E TRANSDISCIPLINARIDADE
Organizador: Carlos Marcírio Naumann Machado.
Professor de Psicopatologia do Instituto Contemporâneo de Psicanálise e Transdisciplinaridade (ICPT-POA);
Doutorando em Letras pela UFRGS;
Membro aspirante da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA);
Diretor do Instituto de Psicanálise do Self (Caxias do Sul).

Objetivos:

• A principal ideia proposta pelo grupo de estudos é pautada por uma atividade clínica, interpretando o enredo de filmes em termos de tramas psicológicas e psicopatológicas, além de transmissões psíquicas transgeracionai. Objetiva-se utilizar uma linguagem acessível e baseada em correntes psicanalíticas teóricas contemporâneas, que não idealizam nenhum grupo teórico ou autor;
• Objetiva-se também correlacionar as principais influências da literatura do século XIX com o início do cinema;
• Procurar-se-á buscar filmes que saíram da mídia literária e foram significativos culturalmente;
• Intelectuais vinculados à mídia cinematográfica para palestras sobre o tema, também aparece como objetivo desse grupo de estudos.
• Contextualizar a obra em exibição e discussão com o respectivo momento histórico.

Duração e Datas: 16 encontros com 3 horas de duração e data marcada, ou seja, 48 horas.
Segundas-feiras pela manhã – das 9:00 às 12:00 hs.




Número Mínimo de participantes para o curso: 12
Atividades programadas para o início do curso
Entrega para o aluno, ao início do curso, de material sobre as influências principais que o cinema sofreu a partir da literatura no seu início;
Entrega para o aluno do texto: O Significante Imaginário, de Christian Metz;
Discussão inicial sobre o conto O Duplo de Edgar Alan Poe;
Discussão inicial sobre o conto O Homem de Areia de E. T. A. Hofmann;
Discussão sobre o trabalho ‘O Estranho’ de Freud.

Datas e Filmes :
28.03
Apresentação dos objetivos, distribuição de material e discussão do programa.







11.04
SÃO BERNARDO Livro de Graciliano Ramos - 1934
Gênero: Drama
Duração: 110 min.
Lançamento (Brasil): 1972
Direção: Leon Hirszman
Atores: Othon Bastos; Isabel Ribeiro; Nildo Parente; Vanda Lacerda; Mário Lago

25.04 NA NATUREZA SELVAGEM Livro de Jon Krakauer - 1996
título original: Into the Wild
lançamento: 2007 (EUA)
direção:Sean Penn
atores:Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone.
duração: 140 min
gênero: Drama

09.05 AS HORAS Livro de Michael Cunningham - 1998
título original: (The Hours)
lançamento: 2002 (EUA)
direção:Stephen Daldry
atores:Meryl Streep, Julianne Moore, Nicole Kidman, Eileen Atkins.
duração: 114 min
gênero: Drama






23.05 CORAÇÃO LOUCO
Livro de Thomas Cobb - 1987
Título Original: Crazy Heart
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 111 minutos
Ano de Lançamento: 2009
Estréia no Brasil: 05/03/2010
Direção: Scott Cooper

06.06 O LEITOR Livro O Leitor (Der Vorleser) -Bernhard Schlink, 1995.
Título Original: The Reader
País de Origem: EUA / Alemanha
Gênero: Drama / Romance
Tempo de Duração: 124 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Estréia no Brasil: 06/02/2009
Direção: Stephen Daldry

20.06 O SEGREDO DOS SEUS OLHOS Livro La pregunta de sus ojos – Eduardo Sacheri, 2005.
título original: (El Secreto de sus Ojos)
lançamento: 2009 (Argentina, Espanha)
direção:Juan José Campanella
atores:Ricardo Darin, Soledad Villamil, Pablo Rago, Javier Godino.
duração: 127 min
gênero: Drama

04.07 OLHOS NEGROS Conto A Dama do Cachorrinho Anton Tchecov, 1899.
Título Original: Occi Ciornie
Direção: Nikita Mikhalkov
Atores: Marcello Mastroianni, Silvana Mangano, Marthe Keller, Elena Safonova, Pina Cei, Vsevolod Larionov, Paolo Baroni, Innokenti Smoktunovsky.
Duração: 115min
País: Itália
Ano: 1987

08.08 MEU NOME NÃO É JOHNNY Livro meu Nome não é Johnny de Gulherme Fiúza, 2004.
título original: (Meu Nome Não é Johnny)
lançamento: 2008 (Brasil)
direção:Mauro Lima
atores:Selton Mello, Rafaela Mandelli, Eva Todor, André di Biasi.
duração: 124 min
gênero: Drama

22.08 TOMATES VERDES FRITOS
Livro de Fannie Flagg, 1987 (tomates verdes fritos no café da parada do apito).
título original: (Fried Green Tomatoes)
lançamento: 1991 (EUA, Inglaterra)
direção:Jon Avnet
atores:Mary Stuart Masterson, Mary-Louise Parker, Jessica Tandy, Cicely Tyson.
duração: 124 min
gênero: Drama




12.09 O MENINO DO PIJAMA LISTRADO Livro O Menino do Pijama Listrado– John Boyne, 2007
título original: (The Boy in the Stripped Pyjamas)
lançamento: 2008 (EUA, Inglaterra)
direção:Mark Herman
atores:Asa Butterfield, Zac Mattoon O'Brien, Domonkos Németh, Henry Kingsmill.
duração: 94 min
gênero: Drama

26.09 O JARDINEIRO FIEL Livro John le Carré, 2001
Ano: 2005
Direção: Fernando Meirelles
Roteiro: Jeffrey Caine (roteiro), John le Carré (romance)
Gênero: Drama
Origem: Estados Unidos/Reino Unido
Duração: 129 minutos

10.10 ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA Livro Ensaio Sobre a Cegueira Saramago, 1995.
Diretor: Fernando Meirelles
Elenco: Julianne Moore, Yûsuke Iseya, Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny Glover, Gael García Bernal, Sandra Oh, Jorge Molina.
Duração: 124 min.
Ano: 2008
Gênero: Suspense





24.10 O MENSAGEIRO Livro:The Go-Between - L.P. Hartley, 1953.
Titulo original: The Go Between
País de Origem: Reino Unido
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 118 minutos
Ano de Lançamento: 1970
Atores: Alan Bates; Julie Christie;
Direção: Joseph Losey

07.11 OS SONHADORES Livro Os Inocentes Sagrados, Gilbert Adair, 1988.
título original: (The Dreamers)
lançamento: 2003 (França, Itália, EUA)
direção:Bernardo Bertolucci
atores:Michael Pitt, Louis Garrel, Eva Green, Robin Renucci.
duração: 130 min
gênero: Drama

21.11 COMO ÁGUA PARA CHOCOLATE Livro Como Água Para Chocolate – Laura Esquivel, 1987.
ANO: 1993
PAIS DE ORIGEM: México
IDIOMA: Espanhol
DURAÇÃO: 113 min
DIREÇÃO: Alfonso Arau
ELENCO: Marco Leonardi; Lumi Cavazos; Regina Torné; Mario Iván Martinéz; Ada Carrasco; Yareli Arizmendi; Claudette Maillé; Pilar Aranda; Farnesio De Bernal



05.12 Discussão final; Apresentações de trabalhos.

Sugestão de trabalho escrito:
Uma síntese contemplando pequena discussão psicopatológica de algum personagem de destaque de um dos filmes exibidos e discutidos.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Gagueira do Rei: subjetividade e sintoma

Carla Guterres Graña


Atire a primeira pedra quem nunca gaguejou: ao falar em público em frente a um microfone, ao fazer uma declaração de amor, ao esquecer-se do que deve falar, quando cansado ou quando nervoso? Sim, por incrível que pareça a gagueira, ou melhor, a disfluência também faz parte da comunicação de todos os falantes não-gagos do mundo inteiro. Quer dizer que o ato de fala implica inevitavelmente em errar, esquecer, repetir sílabas ou palavras inteiras? No-novamente a resposta é afirmativa, gaguejamos em uníssono. A disfluência não é somente exclusividade dos que apresentam este sintoma de linguagem na sua fala. No entanto, o que diferencia a fala de um gago da de um não-gago? O simples e complexo fato de que o ato de gaguejar enquanto falamos não nos impede de continuar a falar, não nos rotula de “gago” e não nos faz sentirmo-nos mal-falantes. Contrariamente, os sujeitos que apresentam o rótulo de “gagos”, que perdem o frescor e a espontaneidade da fala e que vivem desesperadamente tentando controlar e despistar a sua gagueira, só conseguem com isso tornar a sua fala tensa, marcada por bloqueios, repetições e desvios.
Já Freud, em um artigo de 1891 denominado Sobre as Afasias, refere que a parafasia (sintoma encontrado nas afasias e que se caracteriza pela substituição de uma palavra por outra- chamar garfo de colher- ou de um som por outro - chamar uma colher de mulher) também poderá ser encontrada na fala do indivíduo normal, sob situações de stress, distração ou perturbação afetiva. Esta simples observação permite constatar que o sintoma da fala está presentificado na fala cotidiana, ou seja, que o normal, o patológico, o regular, o irregular são características pertencentes à linguagem. O lapso, o “erro”, a pausa, o imprevisto, a criação, a poesia realçam a marca do humano na linguagem. A perfeição e a seriação da fala serão, portanto, delegadas às máquinas e aos robôs!
O Discurso do Rei está em cartaz nos cinemas brasileiros, recebeu diversas indicações ao Oscar e levou o prêmio de melhor filme do ano. Além do filme inglês, podemos também presenciar diariamente na televisão a luta (e a maneira quase original de lidar com a gagueira) que um dos concorrentes do BBB11 trava na disputa do prêmio do programa. Ele é “carinhosamente” chamado de “gago” pelos amigos-¬concorrentes de confinamento. A gagueira esta na moda, e de certa forma no bom sentido! Espaços são abertos na mídia para a discussão (espaços mais que necessários para discutirmos e divulgarmos a profissão e o fazer do fonoaudiólogo) e a informação da população sobre a patologia: o quê fazer, o quê não fazer com os “gagos”, e a eterna dúvida: a gagueira tem origem emocional ou orgânica? Lemos em artigos bastante categóricos e midiáticos: A gagueira não é emocional! Nenhuma pesquisa, entretanto, chegou, até o momento, a uma resposta conclusiva que demonstre de modo irrefutável o quê, no organismo humano, explica a gagueira.
O sujeito é linguagem, o sujeito se constitui na linguagem, como demonstrou exaustivamente o psicanalista francês Jacques Lacan; todos nós somos feitos de histórias, como já disse o poeta. Não se poderá, portanto, pretender excluir da terapêutica da linguagem a subjetividade do paciente (sujeito) em questão. Pela sua boca circulam os significantes e os afetos que o constituíram. Pela boca o seu ser se diz. Ele não poderá de forma alguma ser circunscrito ao aparelho fonatório ou à insuficiência funcional de áreas ou de circuitos cerebrais. Como explicar os “gagos” que somente tropeçam na fala quando falam com figuras de autoridades, como o pai ou o chefe? Como explicar a total fluência da fala do Rei George VI, no filme referido, durante os períodos em que estava irritado com o terapeuta ou com outra pessoa? Como explicar o fato de nenhum gago gaguejar quando conversa consigo mesmo (Logue faz este mesmo questionamento ao então Duque de York em uma consulta)? Seria possível, face a tudo isto, tratar da gagueira somente com exercícios e técnicas fonoaudiológicas?
Certamente Lionel Logue (Geoffrey Rush) era um terapeuta pouco ortodoxo para sua época. Antes desse speech therapist pouco convencional, a realeza havia experimentado renomados médicos na esperança de remover aquela “vergonha” da boca do segundo filho do rei. Médicos que tratavam exclusivamente da boca. Aliás, essa era a imperativa demanda da realeza: resolver o problema da fala sem penetrar na intimidade do duque. Elisabeth (Helena Bonham Carter), esposa do duque, procura Lionel como uma última cartada contra a gagueira persistente do marido. Lionel faz, então, sua primeira exigência: ele e o futuro paciente deveriam se tratar pelo nome próprio. Ali não estaria o Duque de York, filho do atual rei da Inglaterra, mas simplesmente Bertie (maneira como o duque era chamado pela família), com Lionel. Dois homens, sem sobrenomes ou títulos. Sob tal condição, Lionel começa o tratamento, e para desespero do futuro rei ele quer saber detalhes de sua historia: como e quando a gagueira começou, como é a dinâmica familiar, com quem Bertie tinha mais apego na infância, etc. George desconfia da curiosidade demonstrada pelo terapeuta; para que saber tudo isso se o problema é na boca? Para que toda essa conversa tola? Logue leva em frente o tratamento e lança mão de exercícios de relaxamento, de dicção, de impostação de voz e de mais conversa. O futuro rei, descrente de tudo e de todos, precisou acreditar que aquele sujeito excêntrico e heterodoxo poderia ajudá-lo. A terapia continua, e Bertie e Logue estreitam o vínculo afetivo! O atual rei morre e o filho, atordoado com a morte do pai, procura o terapeuta de fala. Mas trata-se ainda e somente de um terapeuta de fala? Ou de alguém que se ocupa também da pessoa de Bertie? O espaço (setting) terapêutico se expande! O irmão mais velho de George, pouco preparado para assumir o trono, deverá assumir o lugar do pai. Para Logue parece evidente que George será o novo rei, e não seu irmão. Ele se assusta com o assinalamento de seu terapeuta; afinal, se mal pode falar, como assumiria um cargo tão importante? Seria mais uma loucura de Logue? Por ironia do destino, pouco tempo depois David (Guy Pearce), irmão de George, renuncia a seu direito, cabendo, então, ao Duque de York assumir o trono. George VI assume o reinado no início da segunda guerra mundial e tem a responsabilidade de comunicar ao mundo que a Inglaterra declarara guerra à Alemanha. O discurso do Rei George deverá ser veiculado pelos modernos meios de comunicação da época: o rádio e a televisão. O rei deveria, portanto, falar bem, clara e fluentemente; ter “voz ativa”. Para isto a presença de Logue, este Outro com que desenvolvera um laço que se manterá por toda a vida, terá uma importância fundamental.
Poderíamos, diante do relatado até então, indagar o que efetivamente auxiliou o Rei em sua luta contra gagueira: os exercícios técnicos fonoaudiológicos ou a relação afetiva estabelecida com o terapeuta? A experiência e um certo trânsito pela transdisciplinaridade nos levariam a responder que os dois fatores foram decisivos, e mais, que eles são interdependentes, um não funciona sem o outro. Nenhuma técnica sobrepõem-se ao vínculo terapêutico, que é intersubjetivo; o instrumento precisa do humano, do inter-humano, do que não é palpável, nem medido, para que se faça eficaz em um tratamento. Nesta perspectiva, a abordagem terapêutica deverá construir um novo sentido para a imagem de falante, que altere a relação do sujeito com o sintoma e com o Outro, exigindo do fonoaudiólogo uma leitura da situação clínica que ultrapasse os estreitos e ingênuos limites ditados por uma perspectiva estreitamente organicista.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ultimas vagas para nossos cursos de Pós-Graduação 2011

Cursos de Pós-Graduação 2011

Teoria Psicanalítica e as Psicoterapias na Idade Adulta
Duração: 7 semestres
Frequência: Semanal
Seminários: 7
Supervisão: Semanal
Carga horária teórica: 735 horas
Dias: Terças e Quintas-feiras, das 8h às 13h45


Teoria Psicanalítica e as Psicoterapias da Infância e Adolescência
Duração: 7 semestres
Frequência: Semanal
Seminários: 7
Supervisão: Semanal
Carga horária teórica: 735 horas
Dias: Terças e quintas-feiras, das 8h às 13h45


Teoria Psicanalítica na Clínica Psicoterápica
Duração: 7 semestres
Frequência: Quinzenal
Seminários: 6
Supervisão: Semanal ou Quinzenal
Carga horária teórica: 486 horas
Dias: Sábados, das 8h às 18h


Psicanálise das Configurações Vinculares
Duração: 5 semestres
Frequência: Semanal
Seminários: 5
Supervisão: Semanal
Carga horária teórica: 400 horas
Dias: Sexta-feiras, das 13h às 18h30


Psicodiagnóstico e Avaliação Psicológica
Duração: 5 semestres
Frequência: Quinzenal
Seminários: 4
Supervisão: Semanal ou Quinzenal
Carga horária teórica: 400 horas
Dias: Sábados das 8h às 18h15


*Cursos a serem realizados em Caxias do Sul:

-Teoria Psicanalítica na Clínica Psicoterápica
Duração: 4 semestres
Frequência: Semanal
Seminários: 6
Supervisão: Semanal ou Quinzenal
Carga horária teórica: 486 horas]
Dias: Terças e quintas-feiras, das 8h às 18h


Psicodiagnóstico e Avaliação Psicológica
Duração: 4 semestres
Frequência: Semanal
Seminários: 4
Supervisão: Semanal ou Quinzenal
Carga horária teórica: 400 horas
Dias: Terças e Quintas-feiras, das 8h às 18h15




Informações sobre os critérios de seleção para os cursos de especialização 2011 pelo fone 3019-5344 ou pelo e-mail ensino@contemporaneo.org.br

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Jornada Bienal da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul
“O ATO COMO LINGUAGEM”

O QUE É?

Esta é a Jornada Bienal da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, cujo tema para 2011 é “O ATO COMO LINGUAGEM”. Trata-se de um tema contemporâneo e de relevância para a atuação dos psicólogos e profissionais de áreas afins.

A Jornada objetiva reunir profissionais interessados na discussão do tema e que buscam qualificar a sua prática profissional.

QUEM ORGANIZA?

A SPRGS é uma instituição com 51 anos de existência, que tem por finalidade congregar e representar psicólogos e estudantes de psicologia, da capital e do interior do Estado. Visa promover o desenvolvimento da Psicologia, bem como promover o intercâmbio entre seus sócios, instituições afins e comunidade, em atividades de sua competência. Foi fundada no dia 01 de julho de 1959, três anos antes da regulamentação da profissão de psicólogo, sendo a primeira instituição a organizar e representar a classe.

Trata-se de uma entidade civil, de utilidade pública, com personalidade jurídica e sem fins lucrativos, que se rege por Estatuto próprio, constituindo-se num espaço de aprimoramento teórico-prático, troca de experiências, produção científica e inserção na comunidade.

QUANTOS PARTICIPAM?

O público estimado para o evento é de 200 profissionais.

QUAL O PERFIL DO PÚBLICO ALVO?

Psicólogos, Estudantes de Psicologia e profissionais de áreas afins, que atuam em diferentes segmentos, na área da saúde, na educação, no campo jurídico, empresas de serviços, comunicação e indústria.

QUANDO E ONDE SE REALIZA?

Nos dias 26, 27 e 28 de maio de 2011, no Auditório da SOGIPA, Rua Barão de Cotegipe, 415, em Porto Alegre/RS

Cursos de Pós-Graduação 2011

Confira a programação de matrículas para nossos cursos de Pós-Graduação!

Oficina Literária com Alcy Cheuiche

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A urna como “paredão”

O humorista Tiririca foi o candidato a deputado federal por São Paulo mais votado em 2010. Sua campanha televisiva ficou famosa: “Vote em Tiririca: pior do que está, não fica”; “Você sabe o que faz um deputado federal? Não? Nem eu. Mas vote em mim que depois eu conto”. Tiririca apareceu vestido a caráter durante toda a campanha. Uma foto “à paisana” e o nome Francisco Everardo Oliveira Silva apareciam num canto da propaganda eleitoral.
O fenômeno Tiririca deixou muitos de nós perplexos. Não parece cabível tomá-lo como protesto, nem me parece justo atribuí-lo à suposta ignorância do eleitor. Mas podemos e devemos entendê-lo como sintoma. Cabe ao psicanalista interpretá-lo.
Chama a atenção o fato de um candidato a um cargo político se apresentar ao eleitorado com seu nome artístico. A propaganda eleitoral também se confunde com sua atividade profissional, já que se trata – sem qualquer disfarce – de uma piada. Aqui há duas lógicas imbricadas. A roupa e a piada indicam que se trata de um espetáculo. Mas a intenção e a possibilidade de ser eleito são reais.
A imbricação dessas duas lógicas nos remete ao reality show, que é um híbrido de espetáculo e realidade. Nessa forma de lazer, o espetáculo tem conseqüências reais, e a realidade é transformada em espetáculo. O vencedor do Big Brother Brasil, por exemplo, ganha fama e dinheiro “de verdade”.
Os participantes do BBB são pessoas comuns em busca de ascensão social. Diante das câmaras passam a representar pessoas comuns em busca de ascensão social. Ou seja, se transformam em personagens de si mesmos. É o público que decide por meio de votação quem vai ou não vai para o “paredão”. É, sem dúvida, um exercício de democracia. O significante “voto” não deixa margem a dúvidas.
A campanha eleitoral televisiva tem elementos que a aproxima de um reality show. É um show, porque todos os candidatos são transformados em personagens de si mesmos pelos marqueteiros. E é “de verdade” porque o futuro – o deles e, sobretudo, o nosso – estão em jogo nas urnas. É preciso conquistar o público do show, que nesse caso também é o povo que irá votar.
Uma conversa entre os participantes do BBB “do lado de cá”, isto é, entre os espectadores que votam indicando quem deve ir para o paredão, oferece elementos valiosos para nossa interpretação .
“Na minha opinião, quem deve sair é a Lia. Achei ela muito autoritária, se acha da dona do mundo. Quem deve ficar é o Dourado. Espero que ele ganhe esse jogo porque ele está se comportando como um gentleman” (Nilce, 9/2/2010).
“Dourado é autêntico, não tem frescura, fala na cara!” (Ricardog, 9/2/2010).
Dourado venceu o BBB em 2010.
Atire a primeira pedra quem, dentre nós, não fez comentários desse mesmo tipo enquanto assistia ao horário político. A mídia – e eu me refiro a jornalistas e intelectuais competentes e politizados – também comenta fartamente a aparência, a atitude e a postura dos candidatos. Fulana parece isso, Beltrano parece aquilo. Não são comentários sobre suas propostas políticas; são críticas ao mau desempenho dos atores que estão em cena.
A eleição de Tiririca é sintomática da imbricação de duas lógicas. A do espetáculo, pois os candidatos foram transformados em personagens de si mesmos; e a da democracia – o povo é convocado a votar e a eleger “o melhor”. O significante “voto”, presente tanto no reality show quanto na campanha eleitoral, aproxima e embaralha dois campos – lazer e política – que, a rigor, não têm nada a ver um com o outro. A injunção a escolher “o melhor” também. Melhor o quê: ator ou político?
A votação maciça no humorista denuncia a lógica que rege a prática da democracia quando a política foi completamente infiltrada pelo espetáculo. 1.400.000 pessoas compreenderam perfeitamente quais são as regras desse jogo: deve-se votar no melhor ator. Certamente não podem ser condenados por tê-las cumprido à risca. De fato, era o único palhaço autêntico. Aos outros, faltou talento. Foram para o “paredão”, eliminados do jogo.
Essa maneira de praticar a democracia é compreensível. Quando sabemos que as idéias não querem dizer muito (há as honrosas exceções), pois vêm e vão ao sabor dos marqueteiros/diretores do show, só nos resta tentar identificar o que há de verdadeiro em meio à representação. Na falta de outro, esse passa a ser o critério possível – o mesmo do público do BBB.
Não foram apenas 1.400.000 pessoas que votaram num ator. Sua eleição apenas escancarou o fato de que todos nós o fazemos, simplesmente porque não temos escolha. Todos os candidatos, querendo ou não, têm de se esforçar para parecer o que são – e mais ainda para parecer o que não são. Nós, eleitores, querendo ou não, funcionamos como espectadores de um reality show. Ninguém consegue escapar do sistema. Tiririca tinha a vantagem de não precisar de grandes esforços para parecer o que é. Resta-nos o direito – e talvez seja o único – de eleger os mais talentosos (ou seus representantes).

Marion Minerbo

Psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.

Doutora em psiquiatria pela UNIFESP.

Colunista da Folha Equilíbrio.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O Papel do Educador no Desenvolvimento Cognitivo da Criança

Ao entrar para a escola a criança o faz cheia de sonhos e expectativas: o que irá aprender? Como isso irá acontecer? Quem serão seus colegas? Como e quem será sua professora...
Organizam o material, preparam a mochila, o lanche, e agora??
Como se processará essa aprendizagem?
Essa pessoa que entra a partir desse momento na vida da criança como alguém “Super”, em quem ela depositará toda a sua confiança vai ensiná-la de forma neutra?
Será capaz de orientar e propor atividades que a levem a encontrar sua autoria de pensamento, estando presente, amparando, auxiliando em suas descobertas, lançando desafios e também porque não sentir-se desafiada?
Esses questionamentos rondam nas cabecinhas das crianças e preocupam pais e profissionais da educação e saúde, pois afinal “qual o papel do professor no desenvolvimento cognitivo das crianças?”
Diria que é fundamental, pois é na escola que a criança realiza muitas de suas descobertas e essas devem ser valorizadas, exploradas e estimuladas, por profissionais que acolham e desafiem de forma adequada a demanda que surgir, pois só assim teremos pessoas capazes de criar sua autoria de pensamento. O professor surge como um exemplo a seguir, suas atitudes, hábitos e palavras ditas serão seguidas a regra muitas vezes gerando conflitos familiares durante os primeiros anos de escolaridade. Pois durante esta época para a criança a professora é quem sabe, quem pode ensinar, então cabe a esta professora mostrar que há vários caminhos que levam ao aprendizado ou a solução de uma situação problema.
Atravessamos por um processo de mudança educacional, hoje a criança participa, é ouvida e constrói seu aprendizado, logicamente sendo bem orientado por seu “ensinante” (Alícia Fernández).
Ao profissional da educação cabe estar atualizado, atento, disponível e usar o bom senso, pois o desenvolvimento cognitivo não depende apenas da transmissão de conhecimentos, mas de trocas onde pode a qualquer momento conduzir ou ser conduzido por seu grupo, procurando sempre que possível conciliar teoria a prática, aliando conteúdos importantes para vencer a série com vivências pessoais de cada um. O aprendizado ocorre em todos os espaços, com todas as informações disponibilizadas pela criança, esse “aprender” também se estende ao professor, pois o verdadeiro educador ou “ensinante” é aquele que participa da aprendizagem como uma dança, envolvendo e sendo envolvido, criando e aceitando a liberdade de criação. E principalmente, estando atento ao que ocorre a sua volta, pois a principal transmissão de conhecimentos se desencadeia através do não dito, do que não está nomeado, do que não é falado. Esses conteúdos estão vinculados a uma série de fatores, tendo aspectos conscientes e inconscientes.
O educador ao transmitir o conhecimento, deve fazê-lo como algo bom, único e significativo para ele, demonstrando prazer em ensinar; assim contagiando com o desejo de aprender, dessa forma teremos uma relação comum entre quem ensina e quem aprende em função de uma outra: A aquisição do conhecimento resultando na aprendizagem.


Anelise Delpino