segunda-feira, 25 de abril de 2011

POR QUE PESQUISAR EM PSICOTERAPIA? RELATO DE EXPERIÊNCIA
Letícia Dornelles Lacerda
Psicóloga, Psicoterapeuta Psicanalítica da Infância Adolescência e Idade Adulta, Membro do Departamento de Pesquisa do CIPT

A partir de inquietações e curiosidades, iniciei minha trajetória no Departamento de Pesquisa do Instituto Contemporâneo em março de 2009 na tentativa de aprofundar e estudar sobre a psicanálise de uma forma que eu não havia estudado anteriormente: através da pesquisa psicanalítica. Assim, juntamente, com outros psicólogos colaboradores do grupo e estagiários iniciamos estudos que vão ao encontro de meus questionamentos e, aos poucos fomos delineando o que iríamos efetivamente estudar e pesquisar.

Se iremos encontrar as respostas que formulamos inicialmente, não sabemos, mas o que mais me interessa na pesquisa em psicanálise para a minha prática clinica é exatamente isso, o formular diversas hipóteses, estudar diversos autores e teorias e perceber que a principal variável nisso tudo, nossos nós, indivíduos com suas singularidades e sua subjetividade e, portanto sempre irão haver dúvidas, inquietações e que talvez por isso, quanto mais nos aprofundamos maior é a busca para conseguirmos responder questões que antes nos pareciam mais fáceis.

Dessa forma, o meu interesse pela pesquisa em psicanálise se deu através de minha prática clínica no ambulatório do CIPT, em consultório particular e também pelo desejo de aprofundar questões teóricas e práticas de um tratamento psicanalítico, tais como: a efetividade ou não da psicoterapia, visto que se algo é benéfico pode ser também prejudicial, questões voltadas para o vínculo analítico, os mecanismos de defesa mais utilizados por determinados tipos de paciente, o que se melhora através do tratamento e/ou da relação paciente-analista e a importância dos encaminhamentos para especificidades, além da própria transdisciplinaridade tão questionada e comentada nos dias de hoje.

Por isso, faço parte de duas pesquisas relacionadas a essas áreas de meu interesse, que são: “A efetividade na psicoterapia psicanalítica de crianças e adolescentes” e “A prática transdisciplinar na psicoterapia psicanalítica”.

Essa experiência tem sido muito rica para a minha clínica e para ampliar meus conhecimentos teóricos, na medida em que, consigo estudar a psicanálise por uma via diferente das mais utilizadas, visto que a pesquisa psicanalítica sofreu e ainda sofre muitas divergências, e em minha opinião essa é uma das maneiras de fazer a psicanálise não se restringir aos nossos consultórios.

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