Há inspiração em tudo aquilo que vem de dentro.
O ritmo existencial de um ser querendo ser, nada mais é do que a busca pelo próprio prazer.
Se pararmos para ouvir o sussurro do vento, podemos perceber as mensagens silenciosas e sábias do inconsciente de nossa alma.
Quando conseguimos mergulhar em nós mesmos, ali dentro, conseguimos encontrar todas as respostas.
No intenso mais profundo é possível achar as sensações mais esquecidas, reprimidas e vividas do nosso misterioso interior.
Pequenos pedaços que ali encontrados, embora pareçam insignificantes de significados, ocupam espaço e presença na atuação de nossos sonhos.
Devemos sentir a essência das coisas, entrar em sintonia com aquilo que pode ser não só sentido, mas também vivido.
Não podemos ser prisioneiros de nossos pensamentos, mas libertá-los para que possam tomar consciência de seu próprio efeito.
Ao abrirmos as janelas da alma, permitimo-nos um mundo além de imaginações, deixando desabrochar as sementes plantadas no universo interior e nos permitindo viver para fora tudo aquilo que muitas vezes se mantém calado para dentro.
Vanessa Becker Bender.
Estagiária - Departamento Acadêmico
(Agradecemos a colaboração da autora)
quinta-feira, 27 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
quarta-feira, 12 de maio de 2010
PRIMEIRO VIVER, DEPOIS FILOSOFAR?*
Na pauta das reflexões acerca de nossas vidas deveríamos gradualmente incluir como meta a preparação para a morte. Em livro intitulado "Simples Filosofia" o autor Pablo Capistrano afirmou que um dos escopos desta é"preparar o homem para a morte", mas que para isto é mister que "ele conheça a si mesmo".
Teor, aliás, idêntico ao dístico inscrito no Oráculo de Delfos, erigido em homenagem ao Deus Apolo, na antiga Grécia, marca registrada de Sócrates e que a tanto já exortava os homens. É necessário sentir o belo e grandioso no aparentemente singelo e pequeno: o brilho da luz do sol reluzindo no verde das folhas das árvores, o farfalhar destas a entoar a música que o vento nelas compõe e que evoca o constantefluir do tempo e da realidade.
Momentos que num átimo assaltam nosso espírito e fazem com que captemos, em um facho de luz, o Ser que a tudo permeia e que, paradoxalmente, "se mostra não se mostrando" (MartinHeidegger), mas cujo desvelamento foi constantemente perseguido ao longo da história da filosofia.
Então nos damos conta da mediocridade engendrada pelo homem por força de sua postura pragmática e utilitarista: a vida teorética e contemplativa sempre obliterada pela vida ativa, prática e técnica, apanágio do homo faber (fabricante, fazedor). Ocupamo-nos em demasia com aspectos da vida que, ao crepúsculo desta, nostalgicamente constatamos que não detinham a mesma relevância e osignificado que supúnhamos. Ficamos às voltas quase apenas com situações corriqueiras e negativas: o salário, a conta bancária, a alta dos preços, as injunções políticas, a corrupção, a violência etc.
Havemos de resgatar aquela atitude de espanto e encantamento, a admiraçã oingênua da qual éramos detentores quando ainda em tenra idade. Mas paratanto temos que operar uma ruptura da atitude dogmática tão ao gosto "dos adultos", como se tudo fosse sempre velho, óbvio e já conhecido (Gerd A.Bornheim, Introdução ao Filosofar).
Olvidamos a lição do filósofo grego Heráclito, para quem ninguém se banha mais de uma vez no mesmo rio, já que, segundos após, nem este e nem quem o adentrou será o mesmo. Quiçá nos ocupamos do que é de somenos importância em razão da falta de real consciência da fugacidade e efemeridade da vida, como que deixamos de nos voltarmos "ao novo", petrificando formas de pensar e de viver.
Tais considerações fazem rememorar a máxima romana "primum vivere, deindephilosophari" (primeiro viver, depois filosofar), a respeito de cujo conteúdo, neste instante, brotaram-me fundadas dúvidas!
*Regis de Oliveira Montenegro Barbosa, Magistrado, bacharelando em filosofia.
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